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RELIGIÃO E SUBJETIVIDADE

 

Isa Maria Zimerman de Araujo

Psicóloga clínica e Psicanalista

 

Doutoranda em Psicologia (Psicologia Clínica e Saúde ) pela Universidade de Évora - Portugal

 

 

 

RESUMO

 

 

O presente trabalho nasceu das indagações sobre a religião e o lugar que ocupa na vida do homem. Uma reflexão sobre a história das religiões, desde o seu surgimento até os dias atuais. No transcorrer do trabalho foi feito um recorte contextualizado do judaísmo e do cristianismo, articulando-os à teoria psicanalítica, mais especificamente aos trabalhos de Freud e de autores pós-freudianos. O objetivo é compreender o que leva as pessoas a buscar uma religião, de que maneira essa religião influencia a sua vida e como contribui para a constituição da própria subjetividade. A análise dos resultados aponta que as pessoas entrevistadas receberam educação religiosa desde a infância. Aponta também o sentido religioso que cada uma das religiões tem para seus seguidores.

Palavras-Chave: Religião, Subjetividade, Psicanálise.

 

 

 

SUBSTRACT

 

The present work was grown out of questions about religion and its position in man’s life. A reflection on the history of the religions, since their arising up to the present. It was made through this work a contextualized clipping of Judaism and Christianism, jointing them to psycho-analytic theory, more specifically, to the works of Freud and pos-freudians authors. The object of this work is to understand what move people to search for a religion, and in which way such religion influences their life and how it contributes for the constitution of the subjectivity itself. The analysis of the results points out that the interviewed persons did receive religious education since childhood. It points out also the religious sense that each religion has for its followers. 

Key words: Religion, Subjectivity, Psycho-analysis.

 

 

 

 

 

1. A Religião na História da Civilização Humana

 

Pensamos no homem primitivo dentro da caverna deparando-se com movimentos e requisições internas do próprio corpo, prazer, desprazer, fome, frio; assim como solicitações externas, dia, noite, sol, calor intenso, chuva, neve. Imaginamos esse homem nomeando aquilo que vê, mas também aquilo que a sua vista não alcança; seus efeitos o assustam e o fazem sentir-se desamparado. Na caverna se sente protegido, e em um paralelo com a vivência intra-uterina, esse homem-bebê deve sair e conquistar os espaços para poder sobreviver. A maneira como irá explorar o Universo, fará com que ele, sem ter consciência do seu papel, escreva as páginas da sua própria história e consequentemente da história da humanidade.

O estudo do homem em suas manifestações religiosas pode contribuir para a compreensão do desenvolvimento na formação da subjetividade, por meio das ‘edificações’ religiosas no mundo.

Segundo Alves (1999), tudo que o homem faz revela um mistério antropológico: os animais sobrevivem pela adaptação física ao mundo. Os homens, ao contrário, parecem ser constitucionalmente desadaptados ao mundo tal como lhes é dado. Nossa tradição filosófica fez sérios esforços para demonstrar que o homem é um ser racional, ser de pensamento, mas as produções culturais que saem de suas mãos sugerem, ao contrário, que o homem é um ser de desejo.

Não há unanimidade entre os autores ao definir religião, mas uma das definições mais aceitas diz que é o conjunto de crenças, leis, ritos que visam um poder que o homem considera supremo, do qual se julga e se reconhece dependente, com o qual pode entrar em relação pessoal, do qual obtém favores, aceitando crenças e na observância de leis e ritos atinentes.

Muitos autores se dedicaram ao estudo da religião, dentre eles Wilges (1998), que afirma ser a religião o resultado da experiência religiosa, da experiência do sagrado, que se manifesta fora da rotina e do cotidiano. O que se venera aqui é o sagrado. O objeto recebeu uma transignificação. Tornou-se outra coisa e, contudo, continua a ser ele mesmo. Com a experiência do sagrado, as coisas do mundo tornam-se ricas de significado simbólico.

Segundo Eliade (2001), o simbolismo agrega um novo valor a um objeto ou a uma ação, sem com isso prejudicar seus valores próprios e imediatos. Um objeto ao manifestar o sagrado torna-se outra coisa, sua realidade imediata transmuta-se numa realidade sobrenatural.

A oposição sagrado/profano se traduz muitas vezes como uma oposição entre real e irreal ou pseudo-real. O sagrado e o profano constituem duas modalidades de ser no mundo, duas situações existenciais assumidas, que dependem das diferentes posições que o homem conquistou no Cosmos. Tudo quanto os deuses ou os antepassados fizeram, tudo o que os mitos contam sobre a atividade criadora, pertence à esfera do sagrado. Em contrapartida, o que os homens fazem por iniciativa própria, sem modelo mítico, pertence à esfera do profano.

 Quanto mais o homem é religioso, tanto mais dispõe de modelos exemplares para seus comportamentos e ações. O homem religioso assume uma humanidade que tem um modelo transumano, transcendente. Ele só se reconhece verdadeiramente homem quando imita os deuses ou antepassados míticos. Faz-se a si próprio ao aproximar-se dos modelos divinos, enquanto o homem profano se constitui por sua história humana.

Wilges (1998) ainda fala da importância do mito, que equivale a revelar um mistério, porque os personagens do mito são deuses. O mito narra como o Universo e o homem vieram à existência, e no Cosmos está o porquê. O mito é transmitido de geração em geração e é a vida psíquica de um povo. Em virtude do mito, o homem só se sente plenamente homem na medida em que imita os deuses. Para ele o mito não é mito, mas verdade, o homem usa o mito para transmitir a sua experiência. É uma das mais ricas formas de linguagem humana para dar significado aos problemas da condição humana e orientar o homem na caminhada da vida.

Parece que nessa caminhada, o homem sofre, sente insegurança e medo, momento em que recorre ao sagrado, pois não sabe explicar determinados acontecimentos. É difícil viver com a ausência de explicação, o homem pensa que o mundo pode ser controlado caso faça o que é certo.

Toda religião tem sua doutrina. Doutrina sobre a origem de tudo, sobre o sentido da vida, sobre a dor, sobre a matéria, sobre o além. Para as religiões primitivas (animismo, fetichismo, politeísmo) a fonte é a tradição dos antepassados. Para as religiões sapienciais e para as atitudes filosóficas, a fonte é a palavra dos sábios iluminados (hinduísmo, budismo, xintoísmo, confucionismo, taoísmo). Para as religiões proféticas, a fonte é a palavra de Deus que se revela por intermédio dos profetas (judaísmo, cristianismo, islamismo). Segundo o mesmo autor (idem, 1998), em todas as religiões desenvolve-se cada vez mais uma renúncia às pulsões; uma restrição marcante à liberdade sexual. Deus afasta-se da sexualidade e eleva-se ao ideal de perfeição ética e moral.

Feuerbach (1997) considera que a religião é a cisão do homem consigo mesmo: ele estabelece Deus como um ser anteposto a ele. Deus é um ser infinito, o homem é finito; Deus é perfeito, o homem imperfeito; Deus é eterno, o homem transitório; Deus é plenipotente, o homem impotente; Deus é santo, o homem pecador. Deus e homem são extremos: Deus é o unicamente positivo, o cerne de todas as realidades, o homem é unicamente negativo, o cerne de todas as nulidades. Segundo Feuerbach (1997), na religião o homem objetiva a sua própria essência secreta e insustentável. A cisão entre Deus e o homem, com a qual se inicia a religião, é uma cisão do homem com a sua própria essência que o assusta.

 

2. A Teoria Psicanalítica

 

A psicanálise é inserida como instrumento e veículo de compreensão para tentar explicar as motivações que levam o homem a criar um mundo simbólico religioso, ao longo dos séculos. A religião, como reguladora, faz um paralelo com a Lei, agindo como um regulador da sociedade, contém e inibe o desejo. A religião atravessa as mais diversas épocas e culturas sendo, ainda na cena moderna, instituição reguladora da moralidade e dos costumes.

O desafio do longo e difícil processo de humanização é, em primeiro lugar, o de conter a força primitiva do desejo. Isso significa que o desejo individual encontra limite num outro desejo individual. O domínio de si, técnica construída para otimizar a realização de desejo (no sentido de realizar sobre eles um trabalho de atenuação), se configura na primeira empresa do primitivo, na instituição da civilidade. Esse homem é impelido a dominar uma demanda pulsional complexa, que move poderosa e violentamente o psiquismo. Essa complexidade compreende, antes de qualquer coisa, uma ambivalência pulsional, que se configura num polo agressivo-sexual e em outro egóico-social.

Para Freud (1913-1914), o problema do domínio do mundo expõe a fragilidade do ser humano, para quem os fenômenos naturais são ameaça constante à sobrevivência. O mecanismo encontrado pelo homem para enfrentar a ameaça externa é o animismo, que consiste em atribuir aos vários componentes do mundo uma anima que os mantém vivos,  uma espiritualização do Universo. Pode-se reconhecer o animismo como um sistema, isto é, um conjunto hermético de explicações sobre os fenômenos que ocorrem no mundo. Freud chega a supor que ele seja o sistema mais completo e exaustivo enquanto compreensão de mundo, e acrescenta que o animismo não é uma religião, mas contém as condições prévias das quais se edificaram mais tarde as religiões.

Freud, em O Futuro de uma ilusão (1927), afirma que as idéias religiosas surgiram da mesma necessidade que tiveram todas as demais realizações da civilização, ou seja, da necessidade de defender-se contra a força esmagadora da natureza, da natureza geográfica e espacial e da própria natureza humana.

Freud (1927) afirma que as idéias religiosas são ilusões. Desenvolve esta afirmação explicando que as ideias religiosas são ensinamentos e afirmativas sobre fatos e condições da realidade exterior ou interior que explicam ao indivíduo aquilo que ele não descobriu por si só e que por isso exigem fé. As ilusões, para Freud, derivam dos anseios humanos, e as doutrinas religiosas são ilusões psicológicas não suscetíveis de prova, um substituto da racionalidade. Quando a civilização estabeleceu o mandamento de que o homem não deve matar o próximo, que odeia ou que se interpõe em seu caminho, ou cuja propriedade ele ambiciona, o interesse é da existência comunitária dos homens que, de outra forma, seria impraticável. O pai primitivo foi a imagem original de Deus, o modelo sobre o qual as gerações posteriores formaram a imagem de Deus. Este, de fato, desempenhou um papel na gênese desta proibição; foi sua influência, e não uma percepção das necessidades sociais que a criou.

Quando o indivíduo em fase de crescimento descobre que está destinado a permanecer uma criança para sempre, incapaz de proteger-se contra as estranhas forças superiores, atribui a estas forças a figura de seu pai; cria então para si deuses, que teme, busca agradar, e de quem espera proteção. Deste modo, o anseio por um pai é um motivo idêntico à sua necessidade de proteção contra as consequências de sua fraqueza humana. A defesa contra o desamparo infantil é o que dá aspectos característicos à reação do adulto ao desamparo. Uma busca humana do individual para o coletivo.

Para Freud (1927), a religião é sedução, convite à imortalidade, amparo, proteção; é também resposta inocente para um homem submetido à imprevisibilidade do seu desejo.

É interessante citar o livro de Umberto Eco e Carlo Maria Martini (2001), baseado no diálogo epistolar que durou um ano e que deu origem ao livro: Em que creem os que não creem, publicado em 1995. Neste trecho da narrativa, Umberto Eco faz um convite ao Cardeal Carlo Maria Martini, propondo que suspenda os aprioris sobre religião. Eco tenta basear os princípios da ética, em um fato natural como a corporeidade e a ideia de que só sabemos, por instinto, que temos uma alma, em virtude da presença do outro. Surge, então, o que ele definiu como uma ética laica que é, no fundo, uma ética natural. No momento em que aparece o outro, vai atuar, com a sua simples presença, o limite até onde se pode ir, a autoridade, a lei da interdição, a “Lei do Pai”, que para a psicanálise é o substrato das religiões. Parece pertinente, então, ampliar a noção de pai em psicanálise.

No Mito do Pai da horda primitiva, Freud faz referência a uma concepção darwiniana de “um pai violento, enciumado, guardando todas as fêmeas e expulsando seus filhos à medida que cresciam”. Esses filhos, mesmo que vivessem sob uma tirania sexual forçada, excluídos, mantinham uma força entre si que lhes permitiam contestar o despotismo paterno. Pela certeza de suas convicções, decidiram condená-lo à morte para logo em seguida devorarem-no.

Para Freud os filhos mantinham um sentimento ambivalente com o pai, odiavam-no por impedir que realizassem as suas exigências sexuais, mas ao mesmo tempo amavam-no e admiravam-no. Após a sua morte, e consequente identificação com ele, pelo ato canibalístico, ficaram arrependidos, sentindo-se culpados e com remorsos, o morto tornando-se mais poderoso do que jamais fora em vida. O que o pai havia impedido, por sua existência, passou a ser internalizado como regra de convivência entre os irmãos, os próprios filhos se impediam de fazer em virtude dessa “obediência retrospectiva”.

A noção de pai na psicanálise não é daquele que investe a paternidade comum, a encarnadura de um homem, pois isto não garantiria um pai investido do legítimo poder. Em um conceito próprio, é o “operador simbólico a-histórico”. O pai não é referido numa perspectiva de evolução histórica, não está submetido à ação de uma história, mas se encontra inscrito no ponto de origem de toda a história.

O pai encarnado no real representa o governo do pai simbólico, é encarregado de assumir a representação dessa autoridade junto à comunidade estrangeira mãe-filho. O cargo de embaixador poderá ser assumido por aquele que tiver os requisitos necessários para o perfil, assim, outras figuras poderão assumir o posto se o pai encarnado no real não tiver condições de assumi-lo, se não for adequado para as negociações. Esse agente encarnado, quanto mais tiver se apropriado dessas insígnias, inclusive a prática da língua da comunidade estrangeira, melhor se sairá na missão. O pai encarnado no real deve fazer valer a lei do pai simbólico, que é antes de mais nada a lei da proibição do incesto.

Na família, a prescrição simbólica da lei parte de uma negociação imaginária prévia entre os elementos da comunidade representados pelas figuras de pai, mãe e filho. Esta comunidade não se vê com uma identidade individual, só se vê numa identidade coletiva, apresenta-se misturada, não conseguindo se discriminar.

A função do pai simbólico constitui a pedra angular da psicanálise. Seu caráter estruturante se funda num princípio estrutural, no qual há um sistema governado por leis internas. Dentro de um sistema, basta que um elemento se mova para que a lógica reguladora do conjunto de todos os outros também se modifique.

Para Lacan, o estatuto de pai simbólico se designa de Nome-do-Pai, numa operação simbólica: a metáfora do Nome-do-Pai. A criança substitui o significante do desejo da mãe pelo significante do Nome-do Pai, conferindo ao pai um estatuto original.    

Essa noção de pai introduzida por Lacan, de uma releitura de Freud, propõe a compreensão de Freud quando escreveu em Totem e Tabu (1912/1913) e a interiorização dos interditos necessários para que uma comunidade social possa surgir da relação primeira, mãe/filho/pai, na tentativa de manipular e se inscrever numa cultura.

O par natureza-cultura, uma dualidade tão antiga como o próprio homem, é conceitualmente diferente em si próprio. Enquanto a cultura é tudo aquilo que adquirimos, a natureza é tudo aquilo que obedece à ordem do inato. O homem se origina na natureza, seu corpo se move com a necessidade. Tem fome, berra, tem dor, chora, tem frio e sede. Ele acede à cultura como um resultado do seu progresso, quando adquire a razão e a liberdade. As sociedades ditas primitivas, sob o vértice antropológico, são etapas transitórias do homem no sentido de novas aquisições.

Lévi-Strauss, apud Dor (1991), definiu um critério para dividir o que é da ordem do natural e o que é da ordem do cultural no homem. O natural obedece às leis universais, o cultural se dá por regras de funcionamento, onde se dá a regra está o estágio da cultura.

 

3. As Religiões Proféticas Monoteístas

 

Segundo Hattstein (2000), um dos princípios essenciais do Judaísmo, uma comunidade à qual se pertence tanto por descendência como por eleição, é o reconhecimento da aliança entre Deus e o homem, iniciada com Abraão e os patriarcas. Deus relaciona-se com os homens por ele criados como parceiro de diálogo pessoal e anuncia a sua presença real. Esta aliança é entendida de forma muito ativa: o homem não é um mero objeto passivo da providência ou da ação divina, mas chamado à parceria e à responsabilidade; tem de participar na sua salvação com uma conduta de vida correspondente. Toda a criação parece ter sido elaborada em função dos polos Deus e homem.

A tradição de diálogo, de aliança, conduz à consciência de um encontro do homem com Deus que se reitera na história, pelo que, para o judaísmo, Deus não necessita de intermediários como intercessores especiais (como Jesus para o cristianismo, ou Maomé para o islamismo). Os judeus acreditam que em comparação com outros povos, uma vez que se aplicam medidas mais rígidas na fé, todos serão castigados de forma mais severa por suas faltas. Assim, aliança é, ao mesmo tempo, o mérito dos antepassados crentes, sobretudo de Abraão e de seus descendentes, é uma distinção, mas também um fardo e uma obrigação.

A referência ao povo eleitoconstitui um mistério desde os tempos bíblicos, sobretudo para o próprio judaísmo, por não ser atribuída a méritos inatos do povo de Israel, mas sim à vontade insondável de Deus. A eleição é expressa em termos da intimidade que se tem com Deus e não significa uma superioridade nacional, mas o dever especial do povo de Israel em seguir os mandamentos divinos. Assim, todas as desgraças que os judeus sofreram e continuam a sofrer durante o exílio (desde 70 d.C.) estão associadas na tradição judaica à ideia de eleição.

Além do nome Javé (JHVH), também se encontram na Bíblia outros nomes para Deus, como Jeová (Senhor), Adonai, El ou Elohim.

Abraão foi o primeiro a professar a unicidade de Deus num ambiente politeísta. Em termos bíblicos, o monoteísmo é o resultado de um desenvolvimento. O Antigo Testamento narra a ira de Javé com relação aos deuses dos povos vizinhos do Oriente, sobretudo em relação ao Deus babilônico Baal e aos Deuses do Egito. A teologia judaica reconhece poucos princípios dogmáticos que foram compilados por Moisés Maimónides, no século XII, em Treze Princípios da Fé. Nenhum profeta posterior ensinou algo ao judaísmo que não estivesse já escrito na Torá de Moisés. A Torá é imutável e insubstituível, considerada a revelação total dos mandamentos de Deus. Moisés, por isso, é considerado o grande mestre, o grande legislador do judaísmo, em que a tradição enfatiza ser ele um mero transmissor e anunciador dos mandamentos divinos.

As mensagens nucleares da fé judaica consistem nas máximas de que Deus é o criador e dirigente de tudo o que foi criado e a única causa de tudo; Deus é “Um” e nada é comparável a “Ele”; Deus revela-se ao homem por livre vontade e comunica seus mandamentos (leis) por intermédio de Moisés; as palavras dos profetas são a verdade; Deus conhece todas as ações do Homem e faz bem aos que observam os seus mandamentos, castigando os que transgridem; além disso, Deus revela a chegada do Messias (por ele enviado) e a ressurreição dos mortos.

A base da concepção judaica do homem é a afirmação da bíblia de que o homem foi criado à imagem de Deus. A dificuldade desta ideia consiste no fato de o crente não poder fazer imagem de Deus. O homem nesta concepção é formado do pó da terra (argila) e que de Deus recebeu o sopro da vida. O homem é criado como homem e mulher.

A antropologia teológica do Judaísmo define o homem como “o reconhecido por Deus”, como homem na “situação dialógica” (Martin Buber, Franz Rosenzweig) ou na correlação com Deus (Hermann Cohen). O diálogo é garantido tanto pela pessoa de Deus como do homem. O homem, porém, tem uma obrigação para com a ordem da criação justa de Deus e é parte integrante dela; tem que provar ser “parceiro de Deus” na criação, segundo as leis morais divinas.

O Judaísmo não conhece o pecado original do homem. Apesar da onipotência e da onisciência do Deus criador, o homem é responsável pelas suas ações: tem a possibilidade e a capacidade de fazer uma opção, pelo que se torna livre para fazer ou deixar de fazer algo. O pecado é a revolta contra Deus e a ordem divina e, para o Judaísmo, sempre uma degradação da verdadeira natureza humana. Um castigo não visa, por isso, primariamente a vingança, mas a recordação da verdadeira natureza do homem. Desta forma, a palavra hebraica para arrependimento, tessuvah, significa “regresso”, nomeadamente do homem à sua natureza.

Como a religião com maior número de crentes, o Cristianismo, segundo Hattstein (2000), propagou-se por todos os continentes do mundo com suas obras missionárias. Embora o seu conceito de Deus seja baseado no judaísmo, o seu ponto central continua a ser a fé no filho de Deus, Jesus Cristo, e sua ação salvadora única na história.

Nas bases do conceito de Deus, sobretudo da pessoa do Pai, o cristianismo apresenta grandes semelhanças com o judaísmo e com o islamismo. Ao contrário do que acontece no judaísmo, no Novo Testamento, Deus pai reconhece Jesus Cristo como sendo seu filho. Jesus, que morre na cruz, coloca o seu espírito nas mãos do pai e confirma, com sua ressurreição, o pai como Deus da vida.

Desde a Idade Média até o início da Idade Moderna, os pensadores cristãos problematizaram várias questões. Entre elas a unidade de Deus (monoteísmo, apesar de Jesus Cristo e do Espírito Santo serem também outras entidades divinas), a previsão e a predestinação de todos os acontecimentos por Deus, e a questão da onipotência divina. Outro aspecto tratado é sobre até que ponto Deus, na sua onipotência, também é responsável pelo mal.

Jesus Cristo é o personagem central do cristianismo. A sua atuação está ligada à salvação da criação e à libertação dos homens. No sermão da montanha, oferece aos seus discípulos uma nova ética, a religião do amor, que cumpre e substitui a antiga religião (judaica) da lei.

A morte de Jesus na cruz foi convertida na ideia do filho do homem enquanto “servo sofredor de Deus” ou “filho de Deus sofredor”. Com a adoração da cruz e a cena da crucificação, também se desenvolveu lentamente o culto em torno de Maria, mãe de Jesus, enquanto a que concebeu o filho de Deus e, mais tarde, a mãe “cheia de dores”. De acordo com a crença da comunidade cristã primitiva sobre o envio divino de Jesus, o nascimento do Messias foi reinterpretado como um acontecimento sobrenatural e místico (nascimento virginal) e transformado num milagre já nas camadas mais antigas da tradição do Novo Testamento. Este culto também sofreu influências das ideias orientais de deusa-mãe e de pureza dos cultos de mistérios. É ainda possível encarar este fenômeno como emancipação do elemento feminino num conceito de Deus cristão tipicamente masculino, sobretudo pela sua associação à sabedoria celestial

Quanto à concepção cristã de homem, bem como para o judaísmo e o islamismo, é a afirmação de que Deus criou o homem à sua imagem. Deus reconhece-se no homem como a sua imagem, o homem faz parte da revelação divina. Desta idéia derivam dois pensamentos: o homem é criatura pura e, assim, dependente de Deus; e destaca-se de todas as outras criaturas pela semelhança com Deus. O homem tem espírito (alma) e corpo, entendidos originalmente na herança judaica como unidade ou ligação. Sob a influência do pensamento greco-helenístico, São Paulo e os pais da Igreja desenvolveram certo dualismo entre corpo e alma e, por conseguinte, uma desvalorização da carne (corpo).

Uma vez que o cristianismo não reconhece o dualismo entre o corpo e a alma, a ideia da ressurreição apresenta um aspecto material, na medida em que não acredita apenas na imortalidade da alma, mas também na ressurreição física do homem.

O cristianismo é a única das grandes religiões monoteístas que associa o mal do mundo à ideia de um “pecado original” do homem, desde o pecado original de Adão e Eva, no Paraíso. A desordem, o mal e o sofrimento do mundo surgem pelo abuso da liberdade humana. Com o pecado original, todo mundo e todos os homens necessitam de redenção.

No cristianismo, Deus, como juiz justo, pondera as ações dos homens, recompensa os justos e castiga os pecadores. A compensação definitiva dos atos cometidos pelos homens em vida só é alcançada após a morte. Aos justos está reservada a vida eterna.

Das duas religiões monoteístas ficam claros os aspectos comuns, o reconhecimento de um Deus único, onipotente, onipresente e onisciente. Um Deus que se apresenta como regulador do comportamento do homem na Terra, com a promessa da vida após a morte, mas sob a condição do respeito de regras bem estabelecidas.

No judaísmo, o contato do homem com Deus é direto, não tem intermediários, a aliança com Deus é inquebrável. Os judeus acreditam ter uma intimidade com Deus maior, consideram que são o “povo eleito” e, esta eleição faz com que tenham medidas de comportamento mais rígidas e castigos mais severos se ultrajadas as regras.

No cristianismo, Deus envia à Terra um emissário, que vai viver e padecer o sofrimento e a fragilidade humana. O enviado, Jesus, vai salvar o homem do seu pecado original, vai provar ao homem que ele pode se salvar e almejar a vida eterna, com a imortalidade da alma e ressurreição do corpo; sempre e quando cumpra as regras determinadas para tal. Assim como no judaísmo, no cristianismo o homem é criado à imagem de Deus, criatura pura e dependente do seu Deus criador.

As duas religiões monoteístas surgiram em momentos históricos de dispersão social, em sociedades politeístas, nas quais a contenção das populações se fazia cada vez mais difícil. Impunha-se a necessidade de organizações que pudessem aglutinar os povos, com proposições de envergadura mais consistentes e profundas do ponto de vista das necessidades humanas mais subjetivas, mas ao mesmo tempo com um sentido de pertencimento e com funções de regulador social.

Com a adoção dos preceitos religiosos contidos em sua doutrina de escolha, o indivíduo assume-os como regra (lei), que passa a defini-lo como pessoa e o direciona em todas as situações da vida privada e pública. Em geral são leis ou princípios básicos que regem as relações sociais de uma mesma comunidade, em que os fiéis veem-se compelidos a pôr em prática, atendendo a uma mística ilógica, porém, sancionada por aqueles que partilham da mesma crença. Os agrupamentos religiosos se constituem numa garantia de legitimidade, contendo e inibindo as pulsões, proporcionando consolo sobre a vulnerável condição humana.

Segundo Gilberto Dupas (2007), as religiões podem adquirir um poder imenso, colocando a seu serviço as mais fortes emoções dos seres humanos, acalmando o medo diante dos perigos e vicissitudes, na promessa de garantir conforto diante das desventuras que recheiam a existência humana. E ainda existe a prece, mecanismo que garante uma influência direta sobre a vontade divina. Assim estruturada, a religião é uma notável combinação da mãe educadora, consoladora com o pai exigente. Os teólogos afirmam que a ciência não tem competência para julgar a religião, porque a religião não pode ser avaliada por critérios lógicos, pois o ser humano não conduz sua vida com a lógica, mas com a emoção, o que faz toda a diferença.

 

3.    Metodologia

Nessa pesquisa, de abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas com dez pessoas de ambos os sexos, independente da faixa etária, vinculadas a religiões aleatórias e que se dispuseram a relatar a relação e o papel desempenhado nas suas vidas pela religião que professam.

As entrevistas individuais, de caráter semi aberto, foram norteadas por um roteiro de 6 (seis) perguntas pré definidas. Gravadas e transcritas, seu conteúdo foi tratado e analisado na perspectiva da psicanálise.

Seguindo os preceitos éticos em pesquisa, cuidou-se para garantir o anonimato dos entrevistados.

 

 

 

4. Resultados e Discussão

 

Na tentativa de uma forma de compreender o fenômeno religioso, há a ambição de investigar a Religião e a constituição da Subjetividade. Subjetividade é uma palavra que engloba o próprio homem no seu fazer, no seu “atarefamento”, sem que o próprio entenda bem o porquê de determinadas decisões, ou escolhas de vida.

A Subjetividade surge no momento em que o ser humano adquire a capacidade de pensar, a capacidade de simbolização. Lindzey, Hall e Thomson (1977) explicam que o surgimento do pensamento é progressivo no bebê. Afirmam que o ser humano depende, no início, de um cuidador para a satisfação de suas necessidades. Utiliza um sistema reflexo que reage automaticamente aos estímulos que incidem sobre ele, provenientes do mundo exterior e do seu próprio corpo. Neste estado cognitivo o recém-nascido vive apenas no presente, não há passado nem futuro. Os autores esclarecem que surge, no entanto, um fenômeno  que vai fazer toda a diferença entre a humanidade e a animalidade. Quando o bebê na procura de apaziguamento de uma necessidade é atendido, ele é tomado por uma sensação de bem-estar e gratificação. Acontece algo inédito, ele registra a experiência, desenvolve a capacidade de lembrar o que experimentou, passa a ter um passado e a se projetar no futuro de forma intencional, na procura da experiência prazerosa vivida.

Kaes (1997) diz que o sujeito é antes um efeito do grupo no qual o bebê está inserido, no olhar de mais de outro. É nos cuidados e investimentos deste outro, que estaria o princípio da subjetivação.

Na construção da própria subjetividade, os entrevistados identificam-se com o caminho religioso traçado pelos pais, com diferentes matrizes, e ao final, perpetuam a proposta religiosa dos antepassados. O investimento religioso parece ter apresentado uma característica comum nos quatro depoimentos, uma busca humana do individual para o coletivo. Contudo surgem diferentes tendências entre os participantes masculinos e femininos. As duas entrevistadas, mesmo pertencentes a religiões diferentes, se declararam submetidas, em maior ou menor intensidade, aos preceitos religiosos. Uma mulher de religião judaica diz que herdou um “arcabouço”, do qual não pode se desvencilhar, e outra, católica, recebeu a religião no ventre materno.

Os dois representantes masculinos resistem em se submeter às leis do “pai”, às leis religiosas, e declaram, no caso de um, que o seu retorno à religião foi casual, mas que se tornou assíduo nas funções dominicais, tendo inclusive um papel importante de comentador da Bíblia; o outro diz não se sentir engajado na sua religião de origem, mas participa dos rituais que a mãe preserva em sua casa e acha uma coincidência ter ido trabalhar em uma instituição israelita.

Wilges (1998) diz que a cultura recebe influência da religião e a religião produz cultura e sofre o impacto dela. Parece que para os dois representantes da religião judaica, é um ponto importante, pois se sentem ligados à cultura hebraica como uma forma de manutenção de um povo, como um dever de perpetuar sua cultura. Como no caso do judaísmo, religião e cultura estão interligadas, são levados a manter a religião com seus costumes, mesmo sem ter consciência disso.

Freud, em O mal-estar da civilização (1930), mostra que “a origem da atitude religiosa poder ser remontada até o sentimento de desamparo infantil” (p.26). Em “O futuro de uma ilusão” (1927) diz que “o desamparo do homem porém permanece e, junto com ele, seu anseio pelo pai constitui motivo idêntico à sua necessidade de proteção contra a debilidade humana” (p. 33).

O material recolhido na pesquisa faz pensar que os entrevistados se formaram, se organizaram e se estabeleceram em sua existência, tendo a religião como função central na construção da própria subjetividade, formando alianças, negociando e comprometendo-se para aliviar o desprazer, a dor e o desamparo. São capazes, como disse Eco (2001), de criar um Deus, um ideal em que se espelhar, que possa os redimir e dar sentido à própria existência.

A importância atribuída às ideias religiosas é um gratificante legado histórico deixado para os homens e, de maneira contundente, atua na e para a inibição de instintos mais primitivos e aplaca seus desamparos. Para Freud, representa o mesmo estado de desamparo que, quando crianças apresentamos em relação a nossos pais; apesar de conscientes da sua proteção, temos medo do poder de seus papéis, principalmente do papel do pai. Então, além da religião ser uma garantia para uma convivência social, é força maior que assume um caráter paterno caracterizando a imaturidade da condição humana na sua existência dependente.

No entanto Freud admite que a ausência das figuras divinas torna a vida insuportável, por gerar e nutrir emoções. Segundo ele, a religião ainda é um mal necessário.

Lacan (2005) em “O Triunfo da Religião”, texto que provém de uma entrevista coletiva realizada em Roma, 29 de outubro de 1974, ao ser indagado se a religião triunfará, responde sem titubear que sim, diz que é impossível imaginar quão poderosa seja a religião. Acrescenta que o homem na sua luta com o real, mesmo com todos os esforços da ciência para dar explicações, levanta questões perturbadoras, tendo assim a religião muitas razões para apaziguar os corações. A religião, diz Lacan, “tem recursos de que sequer se suspeita, basta ver como ela fervilha.” (p.65).

Se for possível supor que em algum momento do desenvolvimento do conhecimento o sujeito tenha sido compreendido por sua possibilidade e capacidade de dizer de si,  em outro momento por sua capacidade de pensar, mas desconhecer que sabe, pode-se pensar que os entrevistados sabem o porquê de suas vinculações religiosas, e qual o lugar que elas ocupam nas suas vidas, mas talvez não saibam que sabem.

 

5. Conclusão

 

O trabalho com os entrevistados analisou os investimentos religiosos nos aspectos relacionados às suas formações e hábitos religiosos, aos vínculos que estabelecem, seus questionamentos e reflexões; e posterior redescoberta, os sentimento de pertencimento e as mudanças ocorridas nas vivências religiosas.

Existe uma diferença significativa entre a maneira como os seguidores da religião católica definem sua adesão ao catolicismo e os judeus, ao judaísmo. Para os primeiros, as ideias religiosas são ensinamentos e afirmativas sobre fatos e condições da realidade exterior ou interior que explicam ao indivíduo aquilo que ele não descobriu por si só e que por isso exigem fé. Os ensinamentos religiosos baseiam sua exigência na fé, em primeiro lugar, induzindo a uma capacidade de amor universal entre os homens como caminho para a perfeição do indivíduo. Para os seguidores da religião católica, a religião proporciona consolo sobre a vulnerável condição humana e dá significado aos problemas dessa condição, além de orientar o homem na caminhada da vida. A religião não termina com o sofrimento, mas o torna suportável, dá-lhe um significado. Toda religião tem sua doutrina. Doutrina sobre a origem de tudo, sobre o sentido da vida, sobre a dor, sobre a matéria, sobre o além. A religião cumpre, ainda, a função de reguladora, fazendo um paralelo com a lei. Agindo como um regulador da sociedade, contendo e inibindo as más inclinações, do ponto de vista religioso. E é na força dessa crença que estabelecem um vínculo de filiação no qual se permite chamar Deus de pai.

Para os seguidores do judaísmo, a religião cumpre a importante função de manter unido todo o povo judeu. Toda observância aos preceitos e rituais religiosos derivam do desejo de manter a memória e a cultura do povo. Para os entrevistados, a tradição cultural é permeada pela ética, que os fazem se relacionar com a religião como uma preservação do seu lugar na sociedade a que pertencem.

As experiências religiosas dos entrevistados percorrem um caminho comum em suas vidas, quando buscam fundamentar sua escolha com a religião de seus ancestrais. Alguns deles, mesmo afirmando não se sentirem ligados a um engajamento religioso, procuram participar das tradições religiosas familiares e anseiam deixar seus filhos inseridos na tradição dos seus ancestrais.

Os vínculos religiosos passam pela busca de um sustentáculo na vida, ou na busca de tranquilidade, e também para a preservação dos costumes e da tradição cultural. No caso de uma entrevistada, quando ela questiona sua relação com a religião, o afastamento acontece em virtude de algum desencantamento ou decepção, ao vivenciar a realidade da finitude da vida. A mesma entrevistada considera que o retorno à religião aconteceu por “um chamado divino”, e desse momento em diante o reencontro com a fé veio sedimentar sua relação definitiva com o divino, transformando sua vida. A sua vivência religiosa passa a ser missão diária, e com ela pode transmitir os ensinamentos de sua fé. Seu investimento social na igreja e na sua vida familiar, provém dos ensinamentos transmitidos pelos seus pais. Vive a religiosidade experimentando as contradições entre a fragilidade humana e o poder do divino, tendo como benefício o equilíbrio interno.

Para outro entrevistado, o acaso da vida vem iniciá-lo no contexto religioso de forma intensa e ao mesmo tempo parece ter um olhar crítico e distanciado da essência do ritual dominical, contudo diz encontrar a paz necessária para lidar com a sua realidade diária.

Chegamos nesse mundo em busca da felicidade e prazer, buscamos conservar a esperança, mas o contato com a realidade vai mostrando que a satisfação permanente não é viável, temos que nos haver com a frustração, é o nosso teste de realidade.

Para lidar com a realidade, percebemos que os entrevistados, subjetivamente ao longo da vida, tentaram se aliviar do sofrimento. A religião parece dar um suporte entre prazer e frustração, quando a subjetividade procura encontrar forças para superar os obstáculos da própria existência.

Buscar a compreensão do fenômeno da religião, suspendendo os pressupostos religiosos, mostrou que fazer parte de uma agremiação religiosa, proporciona uma identidade, a própria subjetividade, assim como os ritos religiosos propiciam não só a experiência de comunhão com Deus, mas também com outras pessoas.

 

 

6.  Referências Bibliográficas

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XAVIER DE MENEZES, José Euclimar.  Fábrica de Deuses, a teoria freudiana da cultura. São Paulo: Ed. Unimarco, 2000.

Isa Maria Zimermann de Araujo- Psicóloga - CRP 06/93.864 - ABORDAGEM TERAPÊUTICA: PSICANALÍTICA - Especialista em Psicologia Clínica, Orientação Profissional, Psicoterapia Breve. Membro do Departamento de Formação em Psicanálise pelo Instituto Sedes Sapientiae. Doutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade de Évora- Portugal. Associada do CEAAP, realiza atendimento clínico à adolescentes, adultos, idosos, casal, orientação de pais e orientação profissional. Oferece grupos de estudos e supervisão de casos clínicos individual e em grupo para Psicólogos clínicos, além de psicoterapia para estudantes de Psicologia e Psicólogos na CLÍNICA CEEAP. 

 

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